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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Desenvolvimento sustentável:crítica ao modelo padrão

Leonardo Boff
Teólogo/Filósofo



Os documentos oficiais da ONU e também o atual borrador para a Rio+20 encamparam o modelo padrão de desenvolvimento sustentável: deve ser economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. É o famoso tripé chamado de Triple Botton Line (a linha das três pilastras), criado em 1990 pelo britânico John Elkington, fundador da ONG SustainAbility. Esse modelo não resiste a uma crítica séria. 

Desenvolvimento economicamente viável: na linguagem política dos governos e das empresas, desenvolvimento equivale ao Produto Interno Bruto (PIB). Ai da empresa e do país que não ostentem taxas positivas de crescimento anuais! Entram em crise ou em recessão com conseqüente diminuição do consumo e geração de desemprego: no mundo dos negócios, o negócio é ganhar dinheiro, com o menor investimento possível, com a máxima rentabilidade possível, com a concorrência mais forte possível e no menor tempo possível.

Quando falamos aqui de desenvolvimento, não falamos de qualquer desenvolvimento, mas daquele que realmente existe, ou seja, o desenvolvimento industrialista/capitalista/consumista. Este é antropocêntrico, contraditório e equivocado. Explico-me.
É antropocêntrico, pois está centrado somente no ser humano, como se não existisse a comunidade de vida (flora e fauna e outros organismos vivos), que também precisa da biosfera e demanda igualmente sustentabilidade. É contraditório, pois, desenvolvimento e sustentabilidade obedecem a lógicas que se contrapõem. O desenvolvimento realmente existente é linear, crescente, explora a natureza e privilegia a acumulação privada. É a economia política de viés capitalista. A categoria sustentabilidade, ao contrário, provém das ciências da vida e da ecologia, cuja lógica é circular e includente. Representa a tendência dos ecossistemas ao equilíbrio dinâmico, à interdependência e à cooperação de todos com todos. Como se depreende: são lógicas que se auto-negam: uma privilegia o indivíduo, a outra o coletivo; uma enfatiza a competição, a outra a cooperação; uma a evolução do mais apto, a outra a co-evolução de todos interconectados.

É equivocado, porque alega que a pobreza é causa da degradação ecológica. Portanto: quanto menos pobreza, mais desenvolvimento sustentável haveria e menos degradação, o que é equivocado. Analisando, porém, criticamente, as causas reais da pobreza e da degradação da natureza, vê-se que resultam, não exclusiva, mas principalmente, do tipo de desenvolvimento praticado. É ele que produz degradação, pois dilapida a natureza, paga baixos salários e gera, assim, pobreza.

A expressão desenvolvimento sustentável representa uma armadilha do sistema imperante: assume os termos da ecologia (sustentabilidade) para esvaziá-los. Assume o ideal da economia (crescimento), mascarando a pobreza que ele mesmo produz. 

Socialmente justo: se há uma coisa que o atual desenvolvimento industrial/capitalista não pode dizer de si mesmo é que seja socialmente justo. Se assim fosse não haveria 1,4 bilhões de famintos no mundo e a maioria das nações na pobreza. Fiquemos apenas com o caso do Brasil. O Atlas Social do Brasil de 2010 (IPEA) refere que cinco mil famílias controlam 46% do PIB. O governo repassa anualmente 125 bilhões de reais ao sistema financeiro para pagar com juros os empréstimos feitos e aplica apenas 40 bilhões para os programas sociais que beneficiam as grandes maiorias pobres. Tudo isso denuncia a falsidade da retórica de um desenvolvimento socialmente justo, impossível dentro do atual paradigma econômico.

Ambientalmente correto: o atual tipo de desenvolvimento se faz movendo uma guerra irrefreável contra Gaia, arrancando dela tudo o que for útil e objeto de lucro especialmente para aquelas minorias que controlam o processo. Em menos de quarenta anos, segundo o Índice Planeta Vivo da ONU (2010), a biodiversidade global sofreu uma queda de 30%. Apenas de 1998 para cá houve um salto de 35% nas emissões de gases de efeito estufa. Ao invés de falarmos dos limites do crescimento, melhor faríamos se falássemos dos limites da agressão à Terra. 

Em conclusão, o modelo padrão de desenvolvimento que se quer sustentável é retórico.  Aqui e acolá se verificam avanços na produção de baixo carbono, na utilização de energias alternativas, no reflorestamento de regiões degradadas e na criação de melhores sumidouros de dejetos. Mas reparemos bem: tudo é realizado desde que não se afetem os lucros, nem se enfraqueça a competição. Aqui a utilização da expressão “desenvolvimento sustentável” possui uma significação política importante: representa uma maneira hábil de desviar a atenção para a mudança de paradigma econômico, necessária se quisermos uma real sustentabilidade. Dentro do atual paradigma, a sustentabilidade é ou localizada  ou inexistente.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Mídias Sociais, o que as empresas têm a ver com isso?

Boa noite!


Facebook, Twitter, Orkut e Youtube já são nomes batidos e figurinhas fáceis em qualquer artigo que fale de mídia social.


As taxas de crescimento que qualquer rede social, hoje, supera qualquer projeção já feita anteriormente e qualquer país em grande desenvolvimento.


Li determinado dia que em 2014 25% das operações de e-commerce do mundo se concretização utilizando-se dessas poderosas ferramentas de colaboração social.


Mas ai que surge o questionamento, e as empresas como devem reagir?


Por quê e como integrar a minha empresa? Mal temos uma página na internet à uma rede social.


Talvez a primeira e mais fácil justificativa seja, "mas o meu cliente não procura o que comercializo em rede social!".


Será?


Estamos em um tempo que as pessoas querem mais de que um produto, elas querem se sentir acolhidas, por dentro do que ocorre na sua empresa, ter o sentimento de fazer parte de um todo.


Lendo um artigo da PEGN, me surpreendi com uma empresa de desenvolvimento de sistemas que coloca no rodapé das telas do sistemas dela os posts que ela faz no Twitter, isso é fantástico.


E mais permite que os clientes fação registros de chamados de atendimento utilizando-se da mesma ferramenta, publicam vídeos de treinamento no seu canal do youtube e etc.


Esta semana vi uma apresentação breve de uma empresa que me abriu os olhos, o que estão falando da sua empresa enquanto a sua empresa não está nas redes sociais?


Pois é, porque todo mundo coloca em seus status, onde trabalha, comenta sobre suas atividades, faz comentários em outros perfis.


E ai? Não é o nome da empresa que está associado a um funcionário que por um infortúnio do destino compartilhou uma foto de pornografia, ou de temas no mínimo questionáveis?


É sim! A sua empresa está com diversas opiniões que por muitas vezes não são as opiniões dos seus gestores, pois o nome dela está lá a todo momento!


Então gestores é hora de ter olhos de águia, ouvidos de lince para um novo (nem tão novo assim!) cenário que aporta-se em seu mundo, um mar de informações e oportunidades!


Abraço a todos!

Recomeço

Boa noite!


Acho que estou escrevendo para o vazio, pois após longo período de inatividade resolvi retomar o meu blog.


Seria isso literalmente a expressão "pregar no deserto"?


Tenho acompanhado o desenvolvimento de alguns blogs de pessoas próximas a mim e descobri como é bom escrever e ver que pessoas, que até milissegundos atrás, não tinha nada a ver com você, e passam a ter certa importância, pois elas querem de alguma forma ler e entender o que você pensa, ou faz! E isso te instiga a manter esse contato.


O blog permite isso, aproxima sem conhecer!


Nesse novo modelo de troca de informações, a medida do tempo ficou infinitamente menor, por isso essa história de segundos atrás, passou a ser irrelevante!


É! Estamos em uma nova fase do contato humano!


Voltando ao blog...


Vou experimentar colocar no papel, ops papel não (isso já era!), as diversas idéias que fervilham na minha cabeça!


Abraço para quem fica!